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Como “fazer gestão” em tempos de calamidade

  • Foto do escritor: Jean Modelski
    Jean Modelski
  • 12 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura


Nas últimas semanas, o Rio Grande do Sul vem registrando um dos momentos mais difíceis da sua história. As enchentes que assolam o estado, estão refletindo perdas irreparáveis. Cidades ainda estão debaixo d’água, centenas de vidas perdidas e milhares de famílias que já não podem mais contar, sequer, com um lar.

Um verdadeiro cenário de guerra tem se instaurado no estado e feito o Brasil e o mundo mirarem a situação de calamidade com ações de solidariedade. O povo gaúcho está sangrando e precisa de apoio.

Em meio a esse cenário de sofrimento, a realidade vem impondo um desafio real e concreto de garantir que a vida humana seja preservada sob a ótica da dignidade. Mais do que nunca, a comunidade e as organizações precisam unir seus esforços para salvar, resguardar e apontar um futuro de restabelecimento.

Sendo as empresas um front que, inevitavelmente, também sofre com os impactos dessa situação e buscando auxiliar, especialmente os pequenos e médios negócios, este artigo busca trazer à luz algumas práticas concretas para orientar a tomada de decisões da gestão e apontar ações que corroboram com a preservação da vida e restabelecimento da dinâmica econômica e social.

 

1.  Olhar de dentro para fora

As pessoas vêm sempre em primeiro lugar. Em momentos de adversidade, como o que se apresenta ao estado do Rio Grande do Sul, é fundamental que a gestão busque olhar para os impactos que afetam, primeiramente, os seus colaboradores. O mapeamento de necessidades e a colaboração ficam mais tangíveis quando se estabelece uma rede ações que acontece de dentro para fora das organizações.

Reflexões importantes para orientar as ações, neste primeiro momento, precisam dar conta dos seguintes questionamentos:

a) Como estão nossos colaboradores e suas famílias?

b) O que eles precisam?

c) Quais são as necessidades mais urgentes dos nossos profissionais?

d) Do que precisamos dar conta, neste primeiro momento, em relação aos nossos times?

 

2. Formar um comitê de crise

Em momentos delicados como esse, a centralização da comunicação é fundamental para que as medidas e ações sejam praticadas de forma direcionada e efetiva. Estabelecer um comitê interno de crise, nos negócios, vai permitir que os direcionamentos sejam centralizados e as práticas sejam mapeadas de maneira mais assertiva.

a) Quem são as pessoas que formarão o comitê e quais serão as responsabilidades de cada uma?

b) Que canais o comitê vai utilizar para integrar e estabelecer a sua comunicação?

c)  Com que frequência o comitê vai se reunir para analisar o cenário e discutir as práticas?

d) Como o comitê vai atuar?

e) Como o comitê vai controlar a efetividade das suas ações?

 

3. (Re)direcionamento de recursos

“Fazer” gestão de verdade significa organizar, direcionar e utilizar recursos de maneira inteligente. Em momentos de guerra, o mapeamento e emprego dos recursos é o que vai dar estrutura às ações que foram previamente desenhadas.

É natural que, em momentos como esse, para os negócios que não possuem uma visão clara ou que nunca desempenharam uma gestão mais estratégica e com vistas a um planejamento, que isso venha a se tornar um desafio. Por isso, algumas perguntas importantes que podem auxiliar na condução dessa administração:

a) Quais são os recursos que temos disponíveis (importante elencar todos)?

b) Até que instância podemos explorá-los?

c) Como nosso core business pode ser um fio importante na grande rede de colaboração?

d) Que outros recursos, além do financeiro, podem apoiar nossa ação?

Neste momento, tenha o planejamento estratégico como uma “muleta” de apoio às decisões estratégicas. Especialmente no que diz respeito à classificação de prioridades e execução de projetos, o que pode ou deve ser deixado para depois?


4. Documente tudo

Em uma situação tão delicada quanto a que se está vivendo, a inércia ou a falta de ações preventivas orientadas, dão um peso ainda maior para a catástrofe. Momentos de crise empregam aprendizados que devem ser documentados e que devem orientar ações ainda mais imediatas e efetivas no caso de reincidência. É fundamental, durante esse processo de restabelecimento da estrutura econômica e social, que nossos negócios contem com um diário de bordo e que, não só as melhores práticas sejam registradas, mas também as curvas de aprendizagem. Essa atitude vai tornando nossos negócios em uma organização mais robusta e eficiente, capaz garantir um respaldo ainda maior em cenários onde a estrutura é colocada à prova.

 

O cenário que se atravessa ao povo do Rio Grande do Sul, deve promover consternação, reflexões profundas e medidas concretas para se buscar o restabelecimento da dignidade humana e das estruturas econômicas. Sendo as empresas uma frente importante para reconstruir esta que é uma das mais importantes economias do país, este artigo teve por objetivo auxiliar empreendedores a orientar as suas práticas de gestão de modo a tornar suas ações ainda mais efetivas.

Por fim, convém convocar a todos para que, continuemos colaborando e empregando apoio às vítimas dessa tragédia. Que o futuro não ofusque as necessidades do nosso povo, que ainda há de padecer as consequências desses acontecimentos e que não nos falte esperança para continuar trabalhando, lutando e resistindo.

 

Jean Carlos Modelski

Consultor de Negócios

CEO da Dom Agência de Estratégias

 
 
 

2 Comments


jonesgiac
May 13, 2024

Excelente olhar e reflexão sobre o tempo e situação que estamos vivendo! 🔝👏🏻

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Leonardo Duarte
Leonardo Duarte
May 12, 2024

Esse texto da um direcionamento que muitas empresas estão precisando 👏👏

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©2023. Jean Modelski.

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